
A questão sobre como era contada a idade das pessoas no Antigo Testamento é uma das mais curiosas e debatidas pelos estudiosos da Bíblia, historiadores e leitores interessados na cultura antiga.
Ao ler textos bíblicos, é comum encontrar personagens que viveram centenas de anos, como Matusalém, que teria alcançado 969 anos, ou Noé, que teria vivido até os 950 anos.
Esses números impressionam qualquer leitor atual, especialmente porque a expectativa de vida nas sociedades antigas era muito menor do que a atual.
Por isso, entender como era contada a idade das pessoas no Antigo Testamento ajuda alunos a desenvolver interpretações críticas, relacionar textos religiosos com conhecimento histórico e compreender o valor simbólico que a idade tinha para essas sociedades.
A idade nas narrativas bíblicas tinha funções culturais, teológicas e literárias, e não apenas biológicas. Isso faz com que a leitura desse tema seja tanto histórica quanto simbólica.
Os povos que viveram no período do Antigo Testamento pertenciam a culturas antigas da Mesopotâmia, região que abrange civilizações como sumérios, acádios, babilônios e hebreus. Nesses povos, o tempo não era calculado da mesma forma que hoje.
A forma como era contada a idade das pessoas no Antigo Testamento se relacionava diretamente aos calendários utilizados, às crenças religiosas e à forma como se registravam histórias.
Os calendários da época mesclavam ciclos lunares e solares. Muitas culturas usavam o ciclo lunar, composto por doze meses de aproximadamente vinte e nove dias — para marcar o tempo. Assim, a contagem dos anos podia ser diferente da nossa.
É possível que os “anos” atribuídos às figuras bíblicas não correspondessem a anos solares completos, mas a ciclos lunares ou períodos simbólicos.
Outra questão importante é que poucos documentos da época registravam idade de pessoas comuns. A idade só era citada para personagens importantes ou em narrativas tradicionais, o que mostra que a longevidade muitas vezes tinha função simbólica, e não apenas histórica.
Uma das explicações mais aceitas entre estudiosos é que a forma como era contada a idade das pessoas no Antigo Testamento era simbólica e representava a importância, a sabedoria ou o papel espiritual daquele personagem. Quanto maior a idade atribuída a alguém, maior sua relevância na tradição oral.
As idades elevadas reforçavam ideias como:
Por isso, personagens como Adão, Sete, Enos, Lameque e Matusalém têm idades extremamente longas. Essas narrativas fazem parte de um gênero literário chamado genealogia sagrada, que busca estabelecer continuidade entre as primeiras gerações da humanidade e os patriarcas bíblicos.
Assim, entender como era contada a idade das pessoas no Antigo Testamento exige compreender que essas idades cumpriam funções culturais e teológicas.
Diversos pesquisadores sugerem que a forma como era contada a idade das pessoas no Antigo Testamento pode ter sido influenciada pelos calendários antigos. É possível que alguns povos contabilizassem ciclos mais curtos como se fossem anos.
Se isso ocorreu, então as idades podem ter sido interpretadas de maneira literal por leitores posteriores, mesmo tendo sido escritas de modo diferente pelos autores antigos.
Por exemplo, se um “ano” representasse um ciclo lunar, a pessoa considerada com 120 anos poderia ter, na verdade, pouco mais de 9 anos solares. Entretanto, essa hipótese não se aplica a todos os personagens e nem resolve todas as questões, mas ajuda a compreender a diferença entre as formas antigas e modernas de registro.
Essa interpretação reforça a importância cultural da forma como era contada a idade das pessoas no Antigo Testamento, pois mostra que a compreensão do tempo dependia das tradições de cada sociedade.
Ao observar o texto bíblico, vemos que as idades muito elevadas diminuem significativamente após o Dilúvio. Antes dele, os personagens viviam séculos. Depois, as idades registradas passam a ser muito menores, chegando a limites mais próximos do que conhecemos hoje.
Essa diferença mostra que a forma como era contada a idade das pessoas no Antigo Testamento também tinha função de marcar eras distintas.
As idades enormes dos patriarcas anteriores ao Dilúvio reforçavam a ideia de proximidade com a criação, enquanto a redução posterior indicava mudanças na humanidade, no ambiente e na relação com o divino.
Essa mudança também pode refletir tradições orais que buscavam explicar por que os seres humanos passaram a viver menos com o tempo.
O Antigo Testamento utiliza recursos literários para transmitir valores espirituais, morais e históricos. A idade é um desses recursos. Saber como era contada a idade das pessoas no antigo testamento ajuda o estudante a identificar elementos figurativos e simbólicos presentes nos textos.
A idade elevada pode significar importância espiritual, autoridade, respeito ancestral e ligação com Deus. Assim, longevidades extraordinárias serviam como reforço cultural sobre a relevância do personagem, e não necessariamente como registro cronológico exato.
Muitos estudiosos interpretam essas idades como marcas literárias, e não como números calculados de forma moderna.
Hoje, pesquisadores analisam manuscritos, comparações linguísticas, tradições orais e estruturas literárias para entender como era contada a idade das pessoas no Antigo Testamento. A maioria dos estudiosos reconhece que:
A idade não deve ser interpretada apenas de forma literal, mas como parte da construção cultural das narrativas.
As idades elevadas não representam dados biológicos, mas valores culturais. Elas também ajudam a conectar genealogias, reforçar a importância dos patriarcas e estabelecer continuidade entre passado e presente.
Ao estudar essas interpretações, os alunos compreendem que textos antigos exigem leitura contextualizada, considerando período histórico, características literárias e tradições culturais.
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